By 17 de novembro de 2022

O café mantém o seu posto de um dos produtos que mais tem exportação no Brasil, ou seja, o país é destaque na área e, além disso, também se destaca no consumo estando entre os 20 lugares que mais consomem a bebida. Mas, você sabe como funciona todo o processo do café até ele chegar em nossas mesas?

Resumidamente, a colheita do grão de café acontece na época em que se vive a seca, que geralmente ocorre sete meses após a floração (fase na qual o fruto fica com seu visual parecido com a fruta cereja). Os colhedores do café utilizam alguns métodos para realizar a colheita, que podem ser manual, semimecânico ou mecânico, e, após esse processo, s grãos vão para a etapa de secagem. Agora vamos nos aprofundar ainda mais na colheita e seus processos? É só continuar lendo nosso texto.

É importante fazer um bom processo de colheita:

Para saber se um fruto está pronto para ser colhido, basta observar as suas características físicas, ou seja, caso apresentem semelhança com a fruta “cereja”, principalmente no quesito da sua cor avermelhada, significa então que o processo de colheita pode ser iniciado.

Após essa constatação, o próximo passo que se torna importante é a escolha adequada do método de colheita que será praticado. Afinal, quanto mais adequado ele for, melhor será a qualidade do produto final. É importante destacar, inclusive, que uma boa colheita facilita até mesmo no processo de transformação do fruto em grãos de cafés e aumenta a produção do cafeicultor (devido a maior taxa de aproveitamento).

Como é colhido o café?

Existem diversas maneiras de realizar a colheita, porém, no Brasil, a anual, a semimecanizada e a mecanizada ganham destaque por serem as mais utilizadas. Como dito no início desse post, o processo de colheita ocorre no período da seca (entre abril e setembro), que corresponde, em média, a sete meses contados posteriores à floração do pé de café. Além disso, é importante frisar que o processo de colheita é considerado o mais caro de toda a produção do café.

Um mesmo cafeeiro pode passar por vários processos de floração, logo, a colheita pode acontecer em diversos momentos ao longo do período adequado. Algumas exigências para dar início à colheita são: a umidade do fruto, que deve estar entre 55% e 70%, e a sua maturação ser em ao menos 80% dos frutos, já que nem todos eles amadurecem ao mesmo tempo.

Tipos de colheita

Manual

Esse ainda é o método mais utilizado e uma das mais antigas. Ele se baseia em três etapas básicas, sendo elas:

– Arruação e varrição: momento em que os frutos caídos são retirados do pé e o chão é mantido limpo;

– Derriça: é o arranquio total dos frutos dos ramos após preparação;

– Levantamento: os frutos colhidos são “filtrados” e preparados para o transporte.

A derriça é utilizada em abundância no Brasil por conta das condições climáticas do país contribuírem para que a maturação do café seja quase homogênea. O método mais indicado para realizar ela é a sobre panos, já que evita que os frutos tenham contato com a terra ou outros frutos caídos, fato que facilita a abanação pela maior facilidade em separar os ramos, folhas e ainda auxiliar nos processos de lavagem e transporte já que pedras e torrões estarão presentes em poucas ou quantidades insignificantes, fator que colaboram para uma melhor qualidade do produto.

Semimecanizada

As vantagens do sistema de colheita semimecanizada, quando comparado à colheita manual, são muitas. Entre elas, menor dependência de mão de obra e maior rendimento da operação. Neste embalo, cafeicultores de Rondônia estão substituindo cada vez mais o sistema manual pelo semimecanizado. Nesse tipo de colheita usa-se derriçadoras motorizadas portáteis ao invés do trabalho manual. Isso facilita e agiliza o serviço dos trabalhadores do cafezal. Depois que os frutos caem sobre o pano, os trabalhadores já fazem uma primeira separação dos frutos de café.

Mecanizada

Para colher o café desta maneira usa-se colhedeiras motorizadas que selecionam e colhem os frutos. Esse tipo de colheita é ideal para terrenos planos. Além disso, as ruas de cafeeiros precisam ter espaço suficiente para que a máquina passe e faça a colheita. A principal vantagem da colheita mecanizada no café, em relação à colheita manual, é a redução de custos. Ela varia entre 30% a 40%, mas pode chegar a 62,36%. Outra vantagem é a redução do tempo da colheita, pois o uso de máquinas multiplica o trabalho. Os custos de mão de obra também são reduzidos.Quando a planta é liberada mais cedo da época de colheita, ela ganha tempo de recuperação para a próxima floração, o que pode resultar em maior produtividade.

Processamento do grão

Depois que vimos como o café é colhido, chegou a hora de te mostrar de que maneira é feito seu processamento.

O processamento do grão precisa ser feito logo após a colheita para que o fruto não tenha tempo de fermentar.

Além disso, ele ocorre de três maneiras diferentes, veja:

  • Seco: Logo que chega da colheita o lavrador peneira e retira as impurezas dos frutos colhidos. Neste ponto os frutos são separados em café-bóia (menos densos), café cereja e verde (mais densos). Depois disso, o fruto passa para a secagem no terreiro. Como o grão seca com casca e polpa, a tendência é que ele se torne um café mais doce e encorpado.
  • Semi-seco: Este processo é um intermediário entre o seco e o úmido, de que já vamos falar. Aqui os frutos serão descascados e depois disso passam para o terreiro onde será feita a secagem. Com esse processo produz-se um café equilibrado e delicado.
  • Úmido: Neste processo, além de descascados os frutos ficam submersos em tanques de águas e ocorre uma fermentação induzida. Com esse processo os frutos perdem uma camada chamada de mucilagem. Depois de eliminada a mucilagem, o grão vai para o secador no terreiro. Esse método produz uma bebida com sabor frutado, floral e com alta acidez.

Secagem do café

Depois que o café já passou pela colheita e processamento está na hora de fazer a secagem do grão.

Em suma, até mesmo os grãos secados em modo mecânico ou úmido vão passar primeiro pelo terreiro.

Os terreiros são de chão batido, concreto ou asfalto. Há ainda alguns que possuem uma cobertura para evitar a umidade durante o período da noite.

Dito isto, podemos falar dos três principais métodos usados para secar o grão do café:

  • Secagem ao sol: Neste processo natural de secagem os grãos são espalhados no terreiro. Eles precisam ser virados várias vezes ao dia para garantir que todos os grãos sequem de modo uniforme. O processo termina quando a umidade do café fica em torno de 12%, e isso pode levar entre 10 e 20 dias.
  • Mecânica: Depois que passam por uma pré-secagem no terreiro, os grãos de café vão para o secador mecânico. Este secador pode ser vertical, cilíndrico rotativo ou em camada fixa com fornalha. Enquanto o grão está no secador ele recebe sopro de ar quente (mais ou menos 40ºC). É a forma mais rápida de secar o grão.
  • Híbrida: Já neste processo os grãos permanecem em um terreiro comum. No entanto, há um sistema de ventilação com ar aquecido que acelera o processo.

Foi muita informação, não é mesmo? Mas entender todos esses processos nos ajuda a saber como o grão é colhido e se transforma no café que conhecemos.

Agora, sempre que você comprar um café será mais fácil saber como ele chegou até a sua casa e por quais processos ele passou.

Por fim, a colheita mecânica é, até então, o método mais prático e tecnológico para realizar o processo de colheita e é o utilizado pelo Café Canastra. Nele são utilizadas as colhedoras de café, que são máquinas que passam pelos pés de café vibrando eles de maneira que os grãos caiam em um reservatório que fica na parte baixa do maquinário e em seguida sejam direcionados por meio de uma vasão até uma carroceria que acompanha o processo.